terça-feira, 31 de agosto de 2010

Interesse inválido

Basta as portas dos cofres
abrirem-se para os torpes
e estes tornam-se fortes,
sempre a enganar os pobres.

Da dita democracia,
uma decadência ilusória,
com uma vida compulsória,
onde quem manda é a aristocracia.

Do bufão agora tenho que aceitar,
que este use seu calão
e os safados vão nele votar,
para que este seja mais um ladrão.

Os tolos levantam seus estandartes,
alguns mesmo em vão,
para as migalhas de pão,
estes comerem mais tarde.

Os inimigos dão as mãos,
corruptos em igualdade
e agora fundam uma irmandade,
onde sempre roubarão.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Ex abundanctia enim cordis os loquitur

Essa distância me distorce
como quem procura,
razões para um cura
em instância disforme.

Minha vida sempre torpe
como faço complicada,
por causa disfarçada
cruel em seu meio nobre.

Teu sorriso a romper
essas novas alegrias,
mesmo sem nunca ver
algo que logo sonharia.

Os mares me confinam
sobre essa terra abençoada,
mas que poucos desconfiam
sobre as cartas trocadas.

Sobre o celeste azul
descansaria por horas,
deitado sonhando com tu,
mesmo que delirando agora.

Oração dos Tiranos

Meu Senhor,
seja capaz de enfrentar meu inimigos e
mostra-me como vencê-los.
Dê migalhas aos famintos,
coloque-os sob minha vontade,
que bens sabes ser a tua.
Enriqueça minha prole,
para que em vão eles pisem nos coitados,
dai-lhes pão e leite para que se fartem de seus recursos.
Corrompa os inocentes para,
que estes invejem-me
pelas tuas graças ofertadas a mim.
E livrai me de toda compaixão.
Amém.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Ciclo Diário

Acorde Thiago!
Vai fazer café,
trabahar até cansar,
beber uns tragos
e contar umas mentiras para o povo se alegrar.
Voltar para casa e estudar.
Continuar a enganar.
E tudo isso Thiago...
Feliz!

Rodoviária

Inúmeros anónimos
esperando um meio
de voltarem para suas vidas
chatas...
felizes...
sem sentido...
Como eu que sentado
observo essa monotonia.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Ciclo da Condenação

Essa danação humana foi construída...
pela destituição das virtudes primordiais.
Por que sofrer pelos alheios,
quando se deseja prazer?
Por que morrer pelas causas,
quando se deseja viver?
Por que poupar,
quando se deseja gastar?
Por que preocupar,
quando se deseja a ilusão?
Por que iludir-se,
quando desejo a razão?